http://www.educoas.org/portal/pt/tema/tinteres/temaint53.aspx?culture=pt&navid=71

Os estudantes copiam porque se pode aprovar copiando. Copiam porque assim aparentam ter aprendido um tema que não estava ao seu alcance. Copiam por insegurança de dizer o que pensam sem se sentir envergonhados ou burlados por equívocos ou por não coincidirem com o que pensa o professor. Copiam por se sentirem entediados, desmotivados e estafados quando não lhes é exigido pensar e lhes são pedidas tarefas irrelevantes e sufocantes/opressivas. Copiam porque tem preguiça ou desmotivação pelo trabalho escolar. Copiam porque se não existe um vinculo de afeição entre professores e alunos não é interessante demonstrar sua imagem de seriedade. Copiam porque tem medo de não ser o suficientemente hábeis ou por consequências (humilhação, castigos) que podem trazer maus resultados. Copiam se percebem que a meta de seus estudos é a obtenção de boas notas pelas quais serão comparados ou ranqueados, em função de seus resultados. Em suma, copiar é uma forma simples de fugir de uma exigência escolar dolorosa ou não valorizada pelos estudantes.

No entanto, as autoridades costumam qualificar essa cópia como delitiva ou imoral.

Cometer uma falta numa partida de futebol é uma transgressão passível de sanção, mas não imoral; copiar numa prova ou trabalho é uma falta punível (segundo as regras do jogo vigentes), porém não necessariamente imoral, como costumam alguns aduzir.

Poderíamos considerar imoral o professor que acredita ser Deus e que determina que sua “santa” verdade deve ser gravada na mente de seus estudantes como doutrina infalível e inquestionável. A pedagogia moderna não admite essa agressão sistemática à mente humana que decorre da obrigatoriedade de transformar os cérebros infantis em um inútil disco rígido de armazenamento de informações, sem que para isso se forneça o software para o correto aproveitamento.

Alfie Kohn em “Who´s Cheating Whom?” (Phi Delta Kappan, outubro 2007) sustenta que além de culpar os alunos por copiar ou plagiar, também seria bom perguntar (questionar) porque tantos alunos fazem coisas que em teoria não deveriam fazer, bem como, os preceitos da pedagogia escolar sobre a questão. Às vezes prestamos tanta atenção às características de personalidade e conduta individuais, que perdemos de vista o modo como o contexto social afeta o que somos e fazemos. Cada transgressão ou dificuldade acadêmica é tratada como se fora resultado imediato da incompetência ou de uma intenção perversa dos alunos, sem prestar atenção ao contexto aonde essas atitudes ocorrem. Assim, a culpa recai exclusivamente sobre o aluno que copia, sem nem mesmo considerar que, em realidade, o estudante está apenas reagindo a uma pressão intelectualmente abusiva a qual esta sendo submetido.

Resumindo, diria que os estudantes não copiam porque sejam maus. O hábito de copiar pode ser mais bem entendido como um sintoma do que anda mal nas prioridades e enfoques pedagógicos da escola, não apenas como uma mera conduta premeditada censurável dos alunos.

A reflexão que temos que fazer é a seguinte: se copiar é uma infração às regras do jogo da atividade escolar regida pelas autoridades pedagógicas, como qualificar eticamente as autoridades e professores que, com suas atitudes, metodologias e exigências, levam os alunos a copiar? Não é imoral induzir que outros, especialmente os menores de idade, cometam infrações? Se não queremos que os alunos copiem, não devemos propor situações que os tentem a copiar para ultrapassar o tédio, a exigência extrema, memorização, dor, competição ou a obsessão pela disputa, devendo a obtenção de boas notas ser uma meta de aprendizagem. Se não estamos à altura dos alunos de nosso tempo, devemos nos capacitar ou buscar outro oficio, mas nunca descarregar nossas culpas sobre as vítimas.

León Trahtemberg

Editor Convidado
Educador
www.trahtemberg.com

 

«Un alumno que copia es un corrupto» Miguel Ángel Escotet,director de RSC de Abanca y exdecano de la Universidad de Texas alerta de una cultura del engaño. (LT: Deja que pensar la asimetría de esa generalización y si poner el foco crítico solamente en el que copia y sancionarlo resuelve los problemas de la copia. En TED sostuve que «si no quieres que el alumno se copie, no le hagas preguntas que se puedan responder copiando; tiene cerebro para pensar». No para justificar la copia, sino intentar ver la clase como un ecosistema que vincula a profesores, alumnos, temas, metodologías, evaluaciones, sinergias, interacciones, etc. que deben verse como conjunto para resolver los problemas que los aquejan. Por ejemplo, si un niño tiene miedo que le van a dar una paliza si sale desaprobado y decide copiar ¿es solo su culpa esa copia “en defensa propia”, al optar por el mal menor? O por otro lado, un profesor amenazante, distante, que no prepara sus clases y pruebas a conciencia, (las copia del texto del curso) no se esfuerza por que los alumnos entiendan, piensen y no necesiten copiar para exponer sus argumentos ¿es parte del problema?. La copia es un asunto que merece estudiarse mejor y contextualizarse si es que quiere erradicarse, y no limitarse a castigar a quien se copia. Habría mucho menos copia si se hicieran clases más interesantes, activantes del pensamiento, capaces de generar condiciones para que el pensamiento original de los alumnos sea valorado. También copiarían menos si existiera un sistema de consultas que acompañe mejor al alumno que tiene dificultades para entender mejor aquello que se le exige aprender).